Concurso da PM do Paraná tem “masculinidade” como critério de avaliação
São
Paulo – O concurso público para
cadetes da Polícia Militar do
Paraná abre inscrições nesta segunda-feira (13) com uma polêmica: a exigência
de “masculinidade” como um dos 72 critérios da avaliação psicológica.
No anexo 2 do edital, uma
característica de avaliação do perfil para ocupar o cargo é descrita como a
“capacidade de o indivíduo em não se impressionar com cenas violentas, suportar
vulgaridades, não emocionar-se facilmente, tampouco demonstrar interesse em
histórias românticas e de amor”.
Um dos mais concorridos do estado, com salário que pode chega a
9.500 reais, o concurso oferece 16 vagas, com duas reservas para afrodescendentes
e abertas para todos os gêneros. No entanto, até 50% delas podem ser
preenchidas por mulheres.
Segundo nota do Aliança Nacional LGBTI+ e do Grupo
Dignidade, a exigência desconsidera a candidatura de mulheres ou pede que elas
tenham características consideradas masculinas. “Fere a Declaração Universal de
Direitos Humanos e a Constituição Federal Brasileira no que diz respeito à
igualdade de todas as pessoas, além de estar na contramão dos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ONU) em relação ao alcance da
igualdade entre os gêneros”, diz a nota.
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Reprodução
A avaliação psicológica da PM é feita por psicólogos, civis e/ou
militares inscritos no Conselho Regional de Psicologia (CRP). O órgão vai
discutir seu posicionamento sobre o edital.
A coordenadora da Comissão de Avaliação Psicológica do
CRP-PR, Mari Angela Calderari Oliveira, informou que alguns itens estão em
desacordo com normas para a avaliação para concurso público. Ela destaca a
questão discriminatória de gênero do item “masculinidade” e a dificuldade de
análise objetiva dos candidatos.
A corporação afirmou que a interpretação do critério foi
equivocada. O objetivo era “avaliar a estabilidade emocional e a capacidade de
enfrentamento, aspectos estes extremamente necessários para o dia a dia da
atividade policial militar”.
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