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Número de mulheres candidatas ao cargo de deputada federal sofre tímido aumento este ano


O percentual de mulheres concorrendo ao cargo de deputada federal quase não se alterou em relação às últimas eleições. Os números ficam um pouco acima do mínimo de 30% de candidatos de cada sexo para cargos proporcionais, como exigido pela Lei das Eleições (9.504/97).
Neste ano, há pouco mais de 2.600 candidatas a deputada federal. Já em 2014, houve quase 2.300 candidatas, segundo a Justiça Eleitoral. O aumento absoluto de 332 candidatas a mais alterou menos de 0,2% a proporção entre mulheres e homens nas candidaturas.
Os números, no entanto, variam de acordo com o partido. A legenda com a maior proporção de mulheres disputando vaga de deputada federal é o Partido da Mulher Brasileira, com 40% de candidatas mulheres. Em seguida, vêm PSTU (39,5%) e PCdoB (37,3%).
Em números absolutos, os partidos com o maior número de candidatas a deputada são Psol (177 candidatas), PSL (140) e PT (130).
Já cinco partidos não cumpriram a cota, de acordo com dados preliminares da Justiça Eleitoral. São eles: DEM (29,1%), Rede (28,6%), PCB (27,8%), PMN (27,2%) e PP (25,3%).
Os ministros do TSE têm decidido que os partidos com percentual abaixo do mínimo precisam reduzir as candidaturas de homens para chegar aos 30%.
Entre os estados, apresentam o maior número de candidatas a deputada federal: Mato Grosso (34,1%), Acre (33,7%) e Maranhão (33,5%). Os com menos mulheres são Roraima (28,8%), Amazonas (29,5%) e Paraná (30,5%).
As deputadas Jô Moraes, do PCdoB mineiro, e Professora Dorinha Seabra Rezende, do DEM de Tocantins, apontam que a estrutura partidária precisa garantir mais espaço às mulheres para que a participação política delas seja efetiva.
Segundo Moraes, é preciso "feminilizar" as estruturas partidárias, com a presença feminina obrigatória nas estruturas de decisão.
"A consciência de que as mulheres devem participar cresceu muito na sociedade. A presença de mulheres, lideranças sociais e políticas também cresceu. Mas ainda não há espaços reais de preparação, de qualificação das mulheres na vida permanente dos partidos políticos."
Professora Dorinha Seabra Rezende afirmou que as mulheres precisam fazer uma "força sobre-humana" para conseguir se candidatar.
"São guerreiras para trabalhar na campanha. São guerreiras como companheiras, mas muitas vezes não são lembradas na hora de ocupar chefia, liderança."
Para Jolúzia Batista, integrante do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea), as mulheres começaram a se organizar em mandatos coletivos, o que é uma boa estratégia para tentar minar o sistema político por dentro.
"O que a gente precisa é que as mulheres realmente façam a crítica e se coloquem à disposição de lutar por esse direito, seja nos partidos de esquerda, como de centro, direita. Na verdade, é uma mudança de cultura política que a gente já está enfrentando."
A integrante do Cfemea espera que as sanções judiciais mais severas ajudem a reduzir nestas eleições o número de "candidatas laranja", aquelas que entram na disputa somente para completar a cota exigida em lei.

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