Segurança de urnas eletrônicas divide opiniões entre especialistas
"Será que essas urnas eletrônicas são seguras mesmo?" Esse é um questionamento que muitos fazem sempre quando se aproximam as eleições, principalmente nos grupos de Whatsapp, em redes sociais ou naquelas conversas de família, ainda mais nesse período de explosão das fake news. Mas de certa forma, a avaliação sobre a segurança da urna não é uma unanimidade entre especialistas. Há quem defenda medidas de aprimoramento e que questionam, sim, a vulnerabilidade do sistema de votação. É o que afirma Jorge Henrique Cabral Fernandes, professor de ciência da computação da UnB.
"Se toda equipe de pesquisadores que fez teste nas urnas - e foram dezenas ao longo de uma década - constataram seguidamente vulnerabilidade, mostram a dificuldade, a solução técnica tem que se adaptar a essas vulnerabilidades. Existem reclamações que são encaminhadas aos juízes eleitorais e os procedimentos de respostas não envolvem investigações aprofundadas. As urnas não são auditáveis, e nenhum equipamento de votação exclusivamente digital como o atual existente seria auditável. A solução seria a impressão do voto em papel, contabilizar esse voto em papel e comparar isso com o resultado da urna."
O Tribunal Superior Eleitoral afirma que já são 22 anos sem nenhum registro de fraude comprovada e que todas as suspeições são analisadas por órgãos competentes como o Ministério Público e a Polícia Federal. O Secretário de Tecnologia do órgão, Giuseppe Janino, defende o processo de votação.
"O sistema evoluiu e existem vários outros mecanismos com mais integridade e garantia pelo fato de ter elementos digitais e matemáticos de verificação, do que a materialização da informação, principalmente no papel. Estamos trazendo com voto impresso, as mesas apuradoras do passado, onde o homem manipula a informação e verifica se o computador contou certo. Não existe coerência nesse processo-o de volta a mão do homem, volta a possibilidade de erros e voltam várias possibilidades de fraude."
A urna eletrônica começou a ser usada no Brasil em 1996, substituindo ao longo dos anos seguintes às contagens de votos em papel. Nas últimas três eleições presidenciais, os resultados do 2º turno já eram conhecidos dos brasileiros antes das 22h. No chamado voto impresso, a contagem demorava dias.
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