PSL vai fatiar punições a deputados; Eduardo Bolsonaro está entre os primeiros
Os processos contra os deputados Eduardo Bolsonaro (SP), Bibo Nunes (RS) e Alê Silva (MG) devem ser os primeiros a serem deliberados pelo Conselho de Ética do PSL , em reunião prevista para ser convocada para o dia 26 de novembro, em Brasília. A tendência é que o colegiado decida sobre as punições aos parlamentares bolsonaristas de forma fatiada. Apenas uma pequena parcela será expulsa.
A previsão da cúpula do PSL é que a maioria dos deputados federais bolsonaristas sofra apenas sanções simples do Conselho de Ética, que podem variar de aplicação de advertência ou suspensão temporária das atividades parlamentares na Câmara. Não há previsão até o momento de expulsar todos os deputados interessados em sair da legenda para acompanhar o presidente Jair Bolsonaro no Alianças pelo Brasil. Em nota divulgada nesta quarta-feira, o partido informou que não recebeu comunicados oficiais sobre a desfiliação de Bolsonaro e de seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (RJ).
Dirigentes do PSL têm repetido que a legenda não têm intenção de abrir mão dos mandatos de deputados “desertores” do PSL. Segundo fontes no partido, a postura da legenda agora será diferente ao procedimento que ocorreu, por exemplo, com o deputado Alexandre Frota, que se filiou ao PSDB após ser expulso do PSL. Nesse caso, o PSL abriu mão de pedir o mandato dele na Justiça.
Na terça-feira, o presidente Jair Bolsonaro anunciou que deixará o PSL para formar a 'Aliança pelo Brasil ', com expectativa de levar em torno de 30 parlamentares. O objetivo é criar o partido até março do ano que vem para estrear nas eleições municipais. A coleta das mais de 490 mil assinaturas necessárias se daria por meio de um aplicativo, mas os próprios advogados e aliados do presidente anteveem questionamentos jurídicos que podem atrapalhar os planos traçados por Bolsonaro.
Ainda não há certeza se a inovação digital será aceita pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nem de que forma exatamente será empregada. Interlocutores do presidente, no entanto, afirmam que ele já tem um plano B, considerando as chances de a nova legenda não ser criada antes das eleições para prefeitos e vereadores. Bolsonaro, que como presidente da República pode ficar sem partido, planeja apoiar aliados de outras siglas desde que alinhados ao seu perfil ideológico.
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